sábado, 20 de novembro de 2010

Métodos contraceptivos

Embora hoje exista uma maior liberdade em abordar temas ligados à sexualidade e aos métodos contraceptivos, a realidade é que muitas mulheres ainda engravidam contra o seu desejo.

Esta situação ainda persiste porque há velhos tabus que teimam em continuar vivos:
«E se alguém descobre?»
«Os meus pais não podem saber.»
«Falar com o meu médico?»
O pensamento mais frequente quando duas pessoas estão num momento mais íntimo será: «Por uma vez, não deverá acontecer nada!» No entanto, a contracepção é uma decisão demasiado importante para se deixar para o último minuto, porque a importância das preocupações não são de menosprezar. Irá encontrar informações sobre todos os diferentes métodos de contracepção, mas cada pessoa deverá escolher o método que mais se adapta às suas necessidades.Uma decisão atempada evita consequências mais graves no futuro.

Anatomia e fisiologia da reprodução

As gónadas são os órgãos fundamentais para a reprodução, e o seu regular funcionamento é garantido por hormonas vindas da hipófise, uma glândula situada na base do cérebro. Enquanto o ovário já possui à nascença, todas as células germinativas que irá disponibilizar ciclicamente, ao longo da vida reprodutiva da mulher até à menopausa, o testículo, no homem, produz constantemente os espermatozóides até ao fim da vida. Os outros órgãos: trompas, útero, canal cervical e vagina, e canal deferente, próstata, vesículas seminais e pénis garantem a realização do coito e a condução dos gâmetas, a fecundação, o desenvolvimento duma gravidez e o parto.

A vagina é um órgão elástico, com cerca de 10-12 cm de comprimento, situa-se por baixo da bexiga ligeiramente inclinada para baixo na direcção da vulva, mas cuja cavidade é virtual não sendo um tubo oco, permitindo o uso de tampões, óvulos vaginais ou de um anel contraceptivo ou dando passagem ao feto durante o parto. Estas situações só raramente são acompanhadas de queixas de desconforto, porque sendo as paredes bem vascularizadas, a sua zona mais profunda tem pouca sensibilidade.

O ciclo menstrual (endométrio)

Um ciclo menstrual dura, geralmente, 28 dias.
A parte interna do útero transforma-se todos os ciclos , mas se não ocorrer uma gravidez, é eliminada dando origem à menstruação.

O ciclo inicia-se no primeiro dia da menstruação quando nos ovários alguns folículos começam a desenvolver-se. Entre o 12º e o 18º dia do ciclo dá-se a ovulação - Um folículo mais desenvolvido rompe-se e liberta um óvulo. Simultaneamente o endométrio- interior do útero- começa a espessar-se, preparando-se para receber um óvulo fecundado.
O óvulo desloca-se através das trompas e "viaja" até ao útero. Se o óvulo não tiver sido fecundado por um espermatozóide, dentro da trompa, é eliminado quando chega ao útero e duas semanas após a ovulação, se não existir gravidez, o endométrio é eliminado, dando origem à menstruação e inicia-se um novo ciclo.


Como se fica grávida?

Quando o homem atinge o orgasmo durante uma relação sexual, uma quantidade de líquido (sémen), contendo milhões de espermatozóides, é ejaculada através do pénis, no interior da vagina da mulher.
No coito, a ejaculação vai permitir a fecundação do óvulo e uma consequente gravidez.
Os espermatozóides dirigem-se rapidamente através do interior do útero para as trompas, onde a fecundação, que é a fusão do espermatozóide com o óvulo, acontece. O óvulo fecundado dirige-se para o interior do útero onde se irá fixar ao endométrio, que já está preparado para o receber, e dará origem a um feto. Neste caso, o endométrio não descama e por isso, um dos primeiros sinais de gravidez é o não aparecimento da menstruação.

Como evitar uma gravidez

As únicas maneiras de evitar uma gravidez não desejada são a ausência de relações sexuais ou o uso correcto de contracepção. Procura-se descrever os vários métodos anticonceptivos dando-se especial atenção a sua eficácia

Método do ritmo

Alguns casais conhecendo o ciclo menstrual usam-no como um tipo de calendário para saber quando é seguro ter relações sexuais.

Este método consiste em restringir as relações sexuais só em alguns dias: antes, durante e depois da menstruação, o chamado popularmente " período seguro".
A eficácia é muito baixa, porque a variabilidade dos ciclos poderá ser frequente, comprometendo este tipo de contracepção.


Método da temperatura

Este método consiste em determinar a data provável da ovulação através da avaliação diária da temperatura basal rectal, logo pela manhã porque a temperatura aumenta até meio grau centígrado, após a ovulação.

Oferece uma eficácia também muito baixa, uma vez que só se irá ter a percepção da elevação da temperatura após a ovulação, o que poderá ser tarde, além de que os espermatozóides após o coito podem conservar a sua vitalidade até três dias dentro do corpo da mulher. Também uma gripe ou febre podem comprometer a eficiência do método.


Coito interrompido

Este método é um dos mais antigos, sendo também pouco eficaz.
O homem, durante o coito, retira o pénis da vagina antes da ejaculação. Entre outras causas, a possibilidade da existência de espermatozóides na uretra masculina antes da ejaculação e sobretudo a dificuldade de um controlo seguro do momento da ejaculação, comprometem sobremaneira a eficácia do método.

Preservativo

Um modo de evitar a gravidez impedindo que os espermatozóides se depositem na vagina, é usar um preservativo.
É um protector de borracha muito fina que tem de ser desenrolado no pénis quando este já está erecto, antes da penetração. Quando existe ejaculação, os espermatozóides depositam-se no interior do preservativo. Este é um método bastante eficaz, se o preservativo estiver em boas condições e se for bem aplicado, sendo escolhido por alguns como o seu método habitual, principalmente em relações sexuais esporádicas, ou de risco.

Outra característica muito importante deste método é que oferece uma quase total protecção contra as doenças sexualmente transmissíveis, como a S.I.D.A.; H.P.V.; hepatite, sífilis, gonorreia, tricomonas, etc.
A melhor maneira de evitar estas doenças, principalmente a S.I.D.A., é evitar ter relações sexuais com um parceiro de risco, mas neste caso, aconselha- de sempre o uso de um preservativo, mesmo que se utilize outro método contraceptivo seguro, como por exemplo a pílula ou um anel vaginal.

Diafragma

O diafragma é outro método que serve de barreira, para ser utilizada pela mulher, evitando que os espermatozóide alcancem o óvulo.
No entanto, já não é comercializado em Portugal.

Dispositivo intra-uterino (DIU) com cobre

O DIU é um objecto de plástico, flexível, com um enrolamento de cobre. Tem que ser colocado no útero por um médico. Geralmente é recomendado a mulheres que já tiveram, pelo menos , um filho.

O DIu actua diminuindo a capacidade de fecundação dos espermatozóides ou modificando as condições de desenvolvimento do endométrio, dificultando a implantação do ovo, no caso de o óvulo ter sido fecundado. Mantém a sua eficácia contraceptiva durante 3 ou 5 anos. O DIU é um método contraceptivo muito eficaz, mas os médicos evitam recomendá-lo ás mulheres que ainda não tiveram filhos.

DIU medicado com hormonas

Além do mecanismo de contracepção citado anteriormente , liberta localmente uma pequena quantidade hormonal dificultando a nidificação de uma gravidez devido à alterações do desenvolvimento do endométrio que provoca.

Este método é usado nas mulheres que referem menstruações muito abundantes ou como parte da terapêutica de substituição hormonal na menopausa.
A sua eficácia é semelhante à dos DIus com cobre.

Contracepção hormonal

A contracepção hormonal é um dos método reversíveis mais eficaz e cómodo de usar. Durante a sua utilização, os folículos do ovários não se desenvolvem, não havendo uma ovulação, não sendo possível engravidar.

Actualmente, muitos milhões de mulheres, em todo o mundo usam a pílula como meio de contracepção, apesar dos muitos mitos e crenças, geralmente infundados, de que possa ser prejudicial para a sua saúde.
Na verdade, a pílula oferece à mulher outros benefícios para a sua saúde, para além da contracepção, como a regularidade do período e da quantidade do fluxo menstrual, melhoria da doença benigna da mama, diminuição das queixas da pele e da dor na menstruação, além da redução do risco de cancro no útero e no ovário ou protecção contra o risco da osteoporose.
Este tipo de contracepção, utilzando hormonas semelhantes ás produzidas naturalmente pelos ovários, difere entre si pela ausência ou presença em doses cada vez mais pequenas, de estrogénio ou pela melhoria da qualidade do tipo de progestagénio.
Deve aconselha-se com o seu médico, antes de iniciar este tipo de contracepção, para que avalie se será a escolha adequada para si.

Pílula sem estrogénios

A pílula sem estrogénios toma-se sem interrupção- toma contínua - diariamente e durante o tempo que precisar.
Quando quiser, pode suspender a sua toma, havendo um rápido retorno à sua probabilidade de fertilidade anterior. As queixas que podem surgir com outras pílulas combinadas com estrogénios, tais como dores de cabeça ou mamárias, náuseas, etc., praticamente não existem.

Especialmente para as mulheres que não podem ou não querem tomar estrogénios é a pílula de primeira escolha. Hoje, a pílula sem estrogénios disponível tem uma eficácia contraceptiva comparável à das pílulas combinadas clássicas.
Por ser uma medicação sem interrupções, o padrão hemorrágico é variável, com tendência para haver menos sangramento e menor frequência de hemorragia. Por vezes, poderá até haver ausência temporária de menstruação, o que poderá promover uma melhor qualidade de vida da mulher, mas não significando qualquer risco para a saúde. Oferece ainda o benefício de poder causar menos dores e outros desconfortos que se associam ao aparecimento dos períodos menstruais.
Está também aconselhada para a mulher que quer amamentar porque não provoca diminuição nem da quantidade, nem da qualidade do leite, e oferece menos riscos para mulher com hábitos tabágicos, que tenham mais de 35 anos, ou para algumas diabéticas e hipertensas.

Pílulas Combinada

As tradicionais pílulas combinadas são as mais conhecidas. Têm dois tipos de hormonas, semelhantes às que são produzidas habitualmente pelos ovários, substituindo as suas acções, impedindo assim a ocorrência da ovulação.

A sua toma tem de ser regular, um comprimido diariamente, durante 21, 22, 24 dias, conforme o tipo de pílula, fazendo-se depois uma interrupção da toma para provocar uma hemorragia uterina durante esses dias.
Embora seja parecida com a habitual menstruação, esta hemorragia, geralmente, terá menor duração, fluxo mais reduzido e associa-se a menos dor. O seu aparecimento é, em geral, mais regular do que no ciclo normal.
Nos primeiros tempos de uso da pílula poderão surgir algumas queixas ligeiras, como sangramentos irregulares, náuseas, dor de cabeça ou aumento da sensibilidade mamária, devido à adaptação do organismo a um novo ambiente hormonal, mas que terão tendência para desaparecer em alguns meses de uso.

Pílulas de emergência, pós -coital ou dia seguinte

Quando não se utiza regular ou adequadamente um dos métodos contraceptivos conhecidos e se pratica, durante o periódo fértil, um coito não protegido, pode-se-á ter de recorrer esporadicamente e, no máximo, até 72 horas após essa relação sexual, a uma contracepção hormonal só com progestagénios ou com uma associação estrogénio-progestagénios, que diferm entre si pela intensidade e freqência dos seus efeitos indesejáveis.

Procura-se evitar que ainda se dê a ovulação, ou que haja a junção de um espermatozóide comum óvulo, ou a implantação da gravidez no útero.
A sua eficácia depende do intervalo de tempo entre o coito não protegido eo uso desta contracepção. Deve ser só aconselhada em situações de emergência.

Adesivo

O adevivo para contracepção actua como uma pílula combinada, em que as hormonas são absorvidas através da pele, sendo a sua eficácia semelhante.
Associa-se a baixas doses hormonais no sangue, procurando provocar menos efeitos indesejáveis.
A mulher deverá estar atenta para o caso de sudação mais abundante, após as suas lavagens de higiene ou no uso de banhos quentes-sauna- verificar a qualidade da sua adesividade à pele.
A sua aplicação deverá ser feita em zonas afastadas das mamas, mas em locias de fácil visibilidade- braço, abdómen, nádega- o que o torna pouco discreto para a mulher. As mulheres com peso superior a 90 kg, são desaconselhadas a usá-lo.

Anel Vaginal

O anel vaginal contraceptivo é a actual inovação em contracepção. Fino, discreto, oferecendo uma baixa dose hormonal em circulação, com uma óptima eficácia, semelhante à dos outros métodos hormonais. A própria mulher só o aplica uma vez em cada ciclo, de um modo fácil e simples, libertando-a da preocupação de uma regular toma dária; um benefício não possível com a pílula.

O seu desenho e flexibilidade garantem uma adequada adaptação aos contornos vaginais, posicionando-se sem outro cuidado ou esforço, na zona mais posterior e menos sensivel da vagina, o que impede uma expulsão fácil. Este tipo de posicionamento justifica que o anel raramente seja notado durante as relações sexuais ou que, mesmo nesta situação, dificulte o coito.
A presença do anel não promove, no meio vaginal o crescimento de microorganismo nocivos, nem induz desconforto. Contudo, não actua como método de barreira, pelo que não oferece protecção contra as doenças sexualmente transmissíveis, devendo, em relações sexuais de risco, ser também utilizado, em associação, um preservativo.
Para uma maior liberdade e eficácia, a Organon desenvolveu um sistema SMS que a avisa do dia em que deve retirá-lo após 3 semanas de uso, e alerta depois para colocar um nono, após 1 semana.

Esterilização

A esterilização é um dos métodos contraceptivos cirirgicos mais eficazes. Tanto homens, como mulheres podem ser esterilizados.

A esterilização no homem é um processo simples (vasectomia), durante o qual os canais deferentes, por onde passam os espermatozóides, são laqueados. Esta cirurgia , feita em regime ambulátorio, impede que os espermatozóides sejam depositados na vagina com o líquido ejaculado.

A esterilização na mulher é uma cirurgia um pouco mais complexa que requer geralmente, um ou dois dias de hospitalização. As trompas de Falópio são laqueadas ou bloqueadas, impedindo a junção entre o óvulo e os espermatozóides.

A esterilização é díficil reversão eos médicos aconselham-na como método contraceptivo irreversível.
Por isso, a esterilização só deve ser realizada em homens ou mulheres que têm absoluta certeza ou de não querem ter mais filhos, ou que decidam não ter mesmo filhos.



Implante subcutâneo

Os avanços da medicina ao nível dos métodos contraceptivos traduzem-se num número cada vez maior de alternativos, proporcionando à mulher um maior controlo no planeamento familiar e uma melhor adaptação ao seu estilo de vida. O implante contraceptivo é uma das mais recentes formas de contracepção e é a ideal para quem procura uma solução contraceptiva hormonal simples, ao longo prazo, sem estrogénios.

A inserção do implante tem de ser efectuada por um médico treinado, demora cerca de um minuto e protegerá a mulher de uma gravidez não desejada durante três anos. O implante liberta lentamente uma hormona - progestagénio- que vai impedir a ovulação e dificulta que os espermatozóides alcancem o útero. O implante foi desenvolvido de forma a manter uma óptima eficácia durante três anos, logo desde o primeiro dia de utilização.


Fonte: Organon

2 comentários:

Suzi disse...

Um blog muito interessante. Há muitas pessoas que necessitam deste tipo de informações, nomeadamente nas camadas mais jovens que ás vezes não sabem tanto como pensam que sabem. Parabéns!

Anónimo disse...

um blog introtivo e muito esclarecedor parabens

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